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28 novembro, 2011

JCG NOVEMBRO: Vaidade de Vaidades!

Eclesiastes 1:2: “Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade” (Revista e Atualizada); “Diz o sábio: Que grande ilusão! Que grande ilusão! Tudo é ilusão!” (Almeida Século 21). Temos aqui duas versões da tradução da Bíblia feita por João Ferreira de Almeida, do segundo versículo do Livro de Eclesiastes. Elas parecem tão diferentes entre si, mas apresentam o mesmo sentido de uma série de considerações que serão desenvolvidas pelo Pregador/Sábio (o Rei Salomão), ao longo do o livro de Eclesiastes, sendo o seu foco as realizações desta nossa vida presente.
Precisamos compreender o espectro de significados do termo hebraico hebel, que aparece 71 vezes no Antigo Testamento, 36 delas ao longo de todo o livro de Eclesiastes. Nota-se que este livro é um verdadeiro tratado a respeito do que seriam as vaidades, isto é, as ilusões desta vida. Hebel é traduzido literalmente como vento ou sopro, o que, dependendo da sua aplicação textual, pode conferir sentidos oriundos deste significado primordial. Hebel pode designar os falsos deuses adorados pelo povo de Deus, isto é, os ídolos (Dt 32:21; 1Rs 16:13, 26; 2Rs 17:25; Jr 2:5). Ainda, hebel pode significar sentimentos pessoais, como a percepção da brevidade da nossa vida e da inutilidade das nossas realizações particulares (Is 49:4; Jó 7:16; Sl 39:5, 6, 11; 78:33; 94:11; 144:4). Por fim, hebel possui significados muito ricos dentro do contexto do livro de Eclesiastes: a) o falso sentimento de realização e satisfação diante daquilo tudo que se produziu na vida (Ec 2:11, 19, 21, 23; 4:4, 8; 6:2); b) as incoerências presentes no conceito retributivo da vida, como a idéia de que o pecado sempre vai gerar juízo (estão aí alguns exemplos da classe política brasileira pra provar isto), ou de que a prática da justiça gera sempre livramento, porque até mesmo os justos sofrem com as calamidades, o que nos leva à ideia de que a vida transcorre sem sentido lógico, que ela está fora do nosso controle (Ec 2:15; 6:7-9; 8:10-14); c) também a ideia da brevidade da vida, de que ela é vazia e transitória (Ec 3:19; 6:12; 11:8, 10). Enfim, tudo isto configura vaidade, coisa vazia, oca e inútil.
Parece que o autor de Eclesiastes quer demonstrar a incapacidade humana de, por si mesma, gerir-se e de encontrar o sentido próprio para a vida, demonstrando a sua total e completa dependência revelacional, isto é, a necessidade primeira e última de que isto lhe seja descortinado por Aquele que tem todo o conhecimento e que imprime ordem no cosmos e sentido na história (propósito, desígnio). Toda e qualquer tentativa humana de explicar o sentido da vida e de promover realizações, torna-se infrutífera sem a intervenção de Deus. A própria filosofia, que se ocupa do ofício da busca da verdade, sabe da impossibilidade de encontrar uma verdade última e definitiva, caso contrário perde o seu objeto investigativo e a sua própria razão de ser. Cada homem de determinado contexto histórico, sociocultural e econômico realiza esta busca dentro das suas limitações internas e externas, e isto não lhe é nenhum demérito, apenas uma delimitação da sua possibilidade de ação: “Também colocou a eternidade no coração do homem; mesmo assim, ele jamais chega a compreender inteiramente o que Deus fez” (Ec 3:11). Parece que o homem contemporâneo vem perdendo o senso dos seus limites, em parte pelas incríveis inovações tecnológicas advindas da evolução científica que vencem antigos limites impostos pela falta do conhecimento e da possibilidade de manipulação. Mas este sentimento da superação de limites, do ufanismo existencial também é vaidade (vazio, oco e inútil), pois os nossos limites estão aí, por exemplo, ninguém pode acrescentar um instante à sua própria existência (MT 6:27). Mas, quando consideramos a nossa total incapacidade diante dos dilemas existenciais e admitimos a nossa completa dependência de Deus, os ânimos se aquietam e compreendemos que a vida não segue necessariamente o rumo que lhe desejamos impor e, mesmo que Deus permita as intempéries e derrotas, nisto pode estar o trampolim para uma realidade maior e melhor, uma compreensão mais honesta e real a respeito da vida. Portanto, estar prostrado diante das incertezas não se trata simplesmente de fracasso, mas da própria realidade da vida. É preocupante uma teologia que se autodenomine cristã, fazer apologia de uma vida sempre positiva, sem fracassos, de conquistas e mais conquistas, elevando o ego dos fiéis até a estratosfera, como se o viver não contemplasse também a consciência dos limites impostos (internos e externos), e a sua própria finitude: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete; pois a morte é o fim de todos os homens; que os vivos reflitam nisso em seu coração” (Ec 7:2). O autor de Eclesiastes parece seguro quanto às suas colocações e também tranquilo com a consciência de que somos impotentes diante das circunstâncias existenciais. No final das contas, o sentido da vida só pode ser alcançado em Deus: “Agora que já se disse tudo, aqui está a conclusão: Teme a Deus e obedece aos seus mandamentos; porque este é o propósito do homem. Porque Deus levará a juízo tudo o que foi feito e até tudo o que está oculto, quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12:13-14).
Diante do exposto, parecem estranhos alguns movimentos cristãos contemporâneos, como a confissão positiva, o triunfalismo evangélico, a prosperidade material e outros modismos. Muitas teologias parecem romper com o texto bíblico e encontram eco apenas na mente de seus idealizadores e seguidores, o que é um contra senso, pois a teologia sadia brota do texto bíblico como resposta aos anseios do homem do seu tempo. Muitos poderão dizer que os movimentos descritos atendem exatamente as necessidades do homem latino-americano pobre, espoliado, à margem dos processos produtivos e sem as atenções do Estado, devendo então Deus suprir todas as suas necessidades, mesmo porque Ele prometeu na Bíblia e deve cumprir com a Sua Palavra. Será esta a compreensão correta acerca da providência divina? Até que ponto tal presunção não é vaidade, crença vazia de sentido e inútil, afinal, Deus não faz o sol brilhar e também a chuva cair sobre bons e justos, sobre maus e injustos (Mt 5:45)? Qual é a diferença que existe entre o homem que serve a Deus e o que não serve? Ambos não são marcados pela mesma natureza humana caída? Ambos não foram selados com mesmos limites impostos pelo próprio Criador? Ambos não são dependentes, conscientemente ou não, dos mesmos cuidados de Deus? Ambos não sofrem as mesmas mazelas da vida, como as doenças, perseguição, injustiça ou fome? Basta olharmos honestamente para a Bíblia e com acurado senso crítico para a história da humanidade e veremos, por exemplo, profetas sendo mortos, apóstolos sendo martirizados e crentes devorados como espetáculo público por sua fidelidade incondicional a Deus. Por que, então, ficarmos pregando palavras que não refletem a realidade humana e o Deus que se revela na Bíblia? Por que acreditarmos numa teologia que coloca os evangélicos como um povo diferente e superior aos demais? Somos, afinal, alguma coisa por nós mesmos, por nossas próprias forças, ou temos nos esquecido de que o fato de estarmos neste planeta e de termos sido agraciados com a salvação são obras externas e maiores que as nossas possibilidades pessoais? Se porventura saltarmos muralhas, se calcarmos os pés num exército, se voarmos com asas como de águia, se andarmos, mesmo que sejam poucos passos, sobre as águas, tudo isto será simplesmente pela manifestação da soberana vontade de Deus e nunca apenas pelo “poder” da nossa fé. Que poder temos, afinal? Quem sabe a leitura da profunda sabedoria de Deus presente nas declarações de Eclesiastes não seja necessária para reajustarmos o foco da nossa visão cristã?


Flávio Bini Bortoloti, Pr
Bacharel em Desenho Industrial e em Teologia, pastor batista e professor de Teologia Sistemática e Latino Americana na Fateo/Bauru. Colunista da coluna Carpe diem no jcg.
flaviobinib@gmail.com






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"As teologias contemporâneas são humanistas e defendem o homem, não Deus..." 


A igreja evangélica tem uma grande dificuldade em aceitar que, na totalidade das experiências humanas, tudo é vaidade. Nada foge da vacuidade ou do vazio de significado existencial. Muitas igrejas defendem a tese de que a vaidade está ligada à estética. São igrejas que abominam qualquer manifestação de cuidado com a aparência, seja ela do vestuário, do corpo ou da face. Salão de estética e academia, para muitos crentes são coisas do diabo, ou seja, pura vaidade!  Acontece que para Deus “tudo é vaidade”.  A beleza ou a feiúra, a alegria ou a tristeza, o sucesso ou o fracasso, a riqueza ou a pobreza, a saúde ou a doença, tudo é vazio de sentido. 
O sentido da vida foi perdido no Éden. O pecado de Adão e Eva desconfigurou a programação original dada à humanidade, fazendo da experiência humana um grande vazio existencial. O vazio não é uma questão social ou emocional, mas espiritual. Deus saiu de cena deixando um profundo buraco na alma humana. Quando Deus deixou o homem por causa de seu pecado, tudo se tornou pura vaidade; o crescimento tecnológico, econômico e científico, com suas implicações para a vida em sociedade, trouxe uma sensação de prosperidade, mas não de completude. A ciência ajudou na resolução de muitas epidemias, a tecnologia ampliou os conhecimentos e o capitalismo espalhou riquezas mundo afora, mas o vazio continua até Deus preenchê-lo. 
O grande problema é que as teologias contemporâneas são humanistas em seus pressupostos e defendem o homem e não Deus como centro da história.  Para essas teologias mais contemporâneas - entre elas: a Teologia da Libertação, Prosperidade e, agora, a Teologia do Teísmo Aberto - a prova da bênção de Deus está na transformação social, através da atuação do homem com Deus. Deus aparece como aquele que vai fazer melhorar a autoestima, trazer saúde, prosperidade e justiça social. Pobres teologias, vazias como a própria vida sem Deus!... 
Podemos dizer que a vaidade da vida termina quando começa imperar a vontade de Deus. Tudo é vaidade, até que tudo seja resultado da vontade de Deus no viver!

PR. SAMUEL BIASSI DO NASCIMENTO
1ª  IGREJABATISTA DE BAURU


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"Porque tudo é vaidade das vaidades!"


Iniciou-se a exaustiva corrida, longínqua, até o seu ponto de chegada. Com  subidas e descidas, estrada de espinhos, esburacada, com sol escaldante, com milhões de participantes e um sonho em comum: cruzar a linha de chegada. O cansaço é o inimigo a ser vencido, mas os participantes resistem bravamente. Nessa peleja salve-se quem puder, pouco importa os meios de conduta, não há placas  que indiquem auxílio ou benevolência, o importante é cruzar a linha de chegada, custe o que custar, mas aos vencedores isso representará: sucesso, fama, poder, dinheiro, etc...
Vale aqui lembrar o nome dessa disputa: “Corrida para glória”.
O apóstolo Pedro descreve com propriedade sobre a glória terrena, em sua primeira epístola capítulo 1:24, ¨Porque Toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor¨.
Tudo que é terreno sobre a terra ficará, nada levaremos para além do sol.
Em Eclesiastes, capítulo 1: 2, o pregador relata o seguinte:
"Vaidade de vaidades! — diz o pregador, vaidade de vaidades! É tudo vaidade". 
Todo sonho e a consumação de um objetivo traçado demanda certo tempo, a que se orar, planejar e se organizar;  se não houver sacrifício as nossas pretensões serão meros sonhos. Nunca deixe de sonhar e correr em busca deles, mas acima de tudo, busque o Reino de Deus e a sua justiça e todas as coisas complementares serão alcançadas. O imediatismo e a ansiedade concorrem contra o tempo de Deus na nossa vida, o relógio do Senhor não atrasa, e nem adianta, Ele é o gestor da nossa vida e o tempo preciso de Deus concorre em nosso favor.
Irmãos, em nada vos inquietem porque tudo é vaidade de vaidades!

Pr. Rodolfo Reinato
Igreja Unidos em Cristo  - Jaú/SP


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Desfile de Vaidades!

Eclesiastes em hebraico qoheleth (1:1) significa “homem da assembleia”, a pessoa que convoca uma assembleia (Nm 10:7). O autor sagrado, fala para os filhos dos homens (1:13), portanto, fala à humanidade. Salientando a loucura e as trevas do homem natural, ele aponta o caminho para a sabedoria e para a luz do evangelho. Nele encontramos um realismo de olhos abertos que enfrenta o padrão de luz e de sombra, para depois concluir de que as coisas como um todo são vaidade (“lufada de vento”, “em vão” – 1:2), mas, paradoxalmente, tudo na vida humana deve consistir em reverência e obediência a Deus, pois a Ele, cada ser humano dará plena prestação de contas (12:13-14). Profeticamente este livro bíblico retrata com precisão a triste realidade materialista da pregação e da teologia predominante na igreja evangélica. É quando vemos cada vez mais programas evangélicos na TV sugestionando dar ofertas de R$ 900,00 para o fiel ser abençoado por Deus, e um massacre aos nossos ouvidos de pregações onde o telespectador só é abençoado por Deus e vitorioso, se tiver sucesso empresarial e financeiro. Essa é a maldita herança da Teologia da Prosperidade (explico sobre ela, em minha Apostila “A Nova Era”), também conhecida por “Confissão Positiva”.  E de fato, muitas teologias modernas romperam com o Evangelho do Reino de Deus e distorcendo o ensino bíblico puro e cristalino ensinado por Jesus e pelos Apóstolos, para ensinar uma “crença vazia, oca, de vaidades”. E o resultado? Um desfile de vaidades gospel: disputas entre pastores para comprar horários nobres nos canais de TV, jatinhos, “construções luxuosas para Deus”; “tudo é vaidade”. 
E como todo modismo, um grande número de igrejas cristãs substituíram seus cânticos e hinários, suas mensagens, para “pregar e cantar uma vida sem fracassos, de super evangélicos”, para lotar a igreja. Parece que nos esquecemos de Apocalipse 3:17-18. E está sendo formada uma geração de evangélicos vaidosa, mas incapaz de suportar uma perseguição cruel (1Pe 4:12-17), de ser fiel no sofrimento,  e na doença como Jó (1:20-22) e mesmo sendo pobre como João Batista (Mt 3:4). 
A igreja precisa fazer um “descarrego destas teologias”. Afinal “… vaidade de vaidades, tudo é vaidade”. (Ec 1:3b).

Pr. Alberto Rodrigues da Silva,
Comunidade Ev. do Reino de Deus – Agudos

24 novembro, 2011

ARTIGO ESPECIAL: MIX RELIGIOSO

Nossa sociedade brasileira é formada por um imenso caldeirão cultural e humano. Dentro desse caldeirão a questão religiosa ganha contornos impressionantes, a ponto de termos não apenas uma grande miscigenação racial, mas também um forte sincretismo religioso. Em terras tupiniquins o catolicismo do português branco englobou o animismo indígena e o misticismo africano, de modo que no período colonial os negros, que foram impedidos de praticar sua religião, conseguiram criar pontes entre os orixás e os santos católicos. Após a proclamação da República veio à liberdade religiosa, mas o processo sincrético tornou-se mais forte e complexo.
Os primeiros grupos protestantes vieram no final do século XIX e traziam uma liturgia americana e até certo ponto criavam uma linha divisória entre a cultura brasileira e católica com forte tendência sincrética e a cultura americana e protestante com ares de superioridade e racionalidade.
Entretanto, no início do século XX teve início o movimento pentecostal clássico, que teve seu início em 1906 na rua Azusa com o pregador negro William J. Seymour. Não tardou que o movimento pentecostal chegasse ao Brasil. Entre 1910 e 1950 houve uma primeira onda com a fundação da Congregação Cristã e da Assembléia de Deus. Nessa primeira onda surgiram pequenas denominações pentecostais, tais como a Igreja de Cristo, Igreja Evangélica do Calvário Pentecostal e a Missão Evangélica Pentecostal do Brasil. A partir de 1950 veio uma segunda onda onde surgiu a Cruzada Nacional de Evangelização, de onde surgiu a Igreja do Evangelho Quadrangular com ênfase na cura divina. No seu rastro sugiram outros grupos, tais como O Brasil para Cristo, Deus é Amor, Casa da Bênção e Igreja Nova Vida. Nesta segunda onda muitas igrejas tradicionais sofreram divisões motivadas pela questão dos dons espirituais, surgindo a Igreja Batista Renovada, Presbiteriana Renovada e tantas outras com essa nomenclatura. Uma terceira onda surgiu na metade da década de 70 em que conhecemos como Movimento Neopentecostal. Diferente das igrejas do movimento clássico, em que a ênfase repousa no “batismo” do Espírito Santo, o neopentecostalismo se caracteriza por uma mensagem positivista, com ênfase na prosperidade financeira como marca da bênção de Deus e uma forte concepção sincrética. Desse movimento grupos como Universal (1977) e Internacional da Graça (1980) são as mais conhecidas, seguidas da Renascer (1986), Sara Nossa Terra (1992), Ministério Internacional da Restauração (1992) e tantos outros grupos que surgiram depois.
A grande questão que muitos levantam é a seguinte: Por que temos tantas igrejas com inúmeras doutrinas? Por que essas igrejas parecem não possuir nenhum vínculo com a Sagrada Escritura, embora se digam cristãs? A questão não é fácil de ser respondida, mas encontramos vestígios que possam explicar o mix religioso que vivemos atualmente. Podemos destacar a falta de conhecimento bíblico e de formação teológica, uma liturgia mais livre com fortes apelos emocionais, o uso de ideias e métodos mais conhecidos da cultura popular como o uso de símbolos e meios que traduzem a busca pelo divino como algo místico e o personalismo de muitos pastores e líderes religiosos. Nosso Brasil é um país com forte tendência de culto às personalidades e de um populismo exacerbado, de modo que muitos pastores surgem como verdadeiros “salvadores”, como “ungidos” e “profetas”. Esse contexto fortalece o sincretismo religioso.
O pior é que nesse tempo pós-moderno a falta de identidade agrava a situação, de modo que as pessoas vão às igrejas não porque crêem em algo, mas porque esperam que algo funcione, seja uma oração, uma campanha, um pingo de óleo ou um exorcismo. Essa situação crítica acaba com pessoas que dizem crer em Jesus, mas que lêem horóscopo, fazem mandingas, usam palavras mágicas (desde “tá amarrado” até “cruz, credo!”), cantam louvores na igreja mas também fazem sua “fezinha” na loteria e em outras superstições. Onde vamos parar?
O profeta declarou: “Meu povo é oprimido por uma criança; mulheres dominam sobre ele. Meu povo, os seus guias o enganam e o desviam do caminho” (Isaías 3:12). Se as pessoas lessem a Bíblia encontrariam a acusação do profeta Jeremias: “Sim, estou contra os que profetizam sonhos falsos, declara o SENHOR. Eles os relatam e com as suas mentiras irresponsáveis desviam o meu povo. Eu não os enviei nem os autorizei; e eles não trazem benefício algum a este povo, declara o SENHOR” (Jeremias 23:32). Sim, neste caldeirão religioso que vivemos hoje em dia “... há morte na panela!...” (2Reis 4:40). A coisa vai piorar, pois os falsos-profetas do mix religioso... abandonaram o caminho reto e se desviaram, seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o salário da injustiça” (2Pedro 2:15).
Portanto, abandonemos toda e qualquer prática que não seja bíblica. Rejeitemos de forma veemente as influências humanas e carnais que tentam ser mais atraentes como se o Evangelho de Cristo necessitasse disso. Apenas “... livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé...” (Hebreus 12:1,2).
Gilson Souto Maior Junior é Conselheiro editorial do JCG, Pastor sênior da Igreja Batista do Estoril, Professor de Antigo Testamento, Hebraico e Teologia do Antigo Testamento da FATEO

03 novembro, 2011

NOTÍCIA: Pastor Samuel Biassi entra para o Conselho Editorial do JC Gospel

Samuel Biassi do Nascimento (47) pastor titular da Primeira Igreja Batista de Bauru é o novo integrante do Conselho Editorial do Jornal Cidade Gospel - JCG.  Os detalhes foram tratados em reunião na terça (1º de Novembro), com a participação do Pastor Walter de Mattos (PIB), e o gerente de marketing do JCG Alexandre Moresque. Biassi se disse honrado por fazer parte do grupo de Pastores Conselheiros e enfatizou que seu desejo é contribuir para que o Jornal seja um veículo de transformação social baseado na Palavra.

 “É uma oportunidade de trabalhar no campo das ideias para que tudo aquilo que for editado no JCG tenha relevância pro nosso momento histórico, uma ferramenta de transformação partindo do evangelho do Senhor Jesus. Não é só nós (evangélicos) termos um veículo de comunicação, mas na verdade termos um veículo de transformação social, partido essa transformação da nossa proposta enquanto igreja do Senhor Jesus”, ponderou Biassi.

Natural de Racharia/SP, Samuel Biassi é casado e tem três filhas, é Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul e Psicologia Clínica pela USC-Bauru. Atualmente, leciona na FATEO - Faculdade Teológica Batista de Bauru, onde também foi diretor (2009). Foi membro e relator do Conselho de Educação Cristã e membro do Conselho de Administração e Missões da Convenção Batista do Estado de São Paulo. Atuou como presidente da Associação Batista Noroeste da Capital, em 2004 e 2005, como presidente da Ordem dos Pastores Batista da ABACESP.


Serviço:

Primeira Igreja Batista de Bauru
Rua Virgílio Malta, 7-49 - CEP: 17015-220 - Centro - Bauru/SP 
Tel: (14) 3223-8510 - (14) 3214-4325

01 novembro, 2011

ARTIGO: Faces do perdão

(1ª face) 

A frase a seguir, de Ana César, foi pronunciada em uma situação em que alguém pediu perdão a outrem, e não obteve o perdão: "O perdão não é para muitos. É somente para os especiais. Vem do coração de Deus. E nem todos têm o coração de Deus" (Ana César). 
"Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará" (Mateus 6. 14).
Como seres humanos que somos, o perdão (sentimento e ação) aflora em nossas mentes, quando estamos na condição de agentes passivos, ou seja, fomos a parte ofendida e entendemos que merecemos receber um pedido de perdão.
Mas, como cristãos que somos, precisamos ter a visão de Jesus no que diz respeito ao assunto. Para perdoar temos que “ter o coração de Deus”, e muito mais: temos que ter Deus no coração, e temos que estar no coração de Deus.
Antes d’Ele mencionar o perdão, na oração que chamamos de "dominical" (não por ser uma oração para ser feita no domingo, mas dominical, palavra que vem de "dominus", que quer dizer Senhor; logo, "oração do Senhor"), Ele abordou o assunto da seguinte maneira:
"Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta [sua vida em serviço, não, necessariamente, oferta financeira], ali te lembrares de que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, voltando, faze a tua oferta" (Mateus 5. 23-24).
O Senhor, então, está nos ensinando um princípio de vida espiritual, quando estamos no papel do agente ativo, isto é, fomos o ofensor e temos que buscar a reconciliação pedindo perdão a quem ofendemos.
Isto nos leva à conclusão de que, se queremos servir a Deus, temos que estar com a nossa vida, em relação aos nossos semelhantes, bem como em relação a Deus, "em dia", melhor dizendo, sem pendências, sem dívidas de sentimentos.
A seguir, Ele diz: "Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juíz, o juíz ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão" (Mateus 5. 25).
Este trecho deixa claro que a reconciliação, o pedido de perdão, tem que se dar enquanto estamos vivos, até porque depois que morrermos não teremos mais condições de buscar a reconciliação.
E, caso a situação seja inversa, se o nosso adversário falecer primeiro, não adianta irmos ao seu túmulo buscar o perdão, pois claro está na Palavra de Deus que os vivos não se comunicam com os mortos (Lucas 16. 26).
Essa expressão "enquanto estás com ele a caminho", tem o mesmo sentido [em nosso entendimento particular] da Palavra que nos orienta a buscar ao Senhor, enquanto se pode achar (Isaias 55. 6).
Ou O buscamos enquanto estamos vivos, ou depois não há mais como o fazer.
Importante é dizer que quando ofendemos a Deus [pecamos], ou seja, somos o agente ativo em relação a Deus, Ele não nos orienta a pedir perdão a Ele, mas a confessarmos o nosso pecado a Ele (I João 1. 9).
O perdão já foi concedido na cruz, faz parte da Graça de Deus, Ele já nos perdoou pelos pecados passados, presentes e futuros, não sendo, portanto, coerente pedir o que Ele já nos deu.
Mas Ele nos ensina, no caso, a "confessarmos" a Ele o nosso erro, a nossa falta, a nossa maldade, a nossa ação contrária aos seus desejos, a nossa omissão em relação ao que Ele quer que façamos, enfim o pecado que cometemos contra Ele e ou contra o próximo:
"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (I João 1. 9).
 
Segundo os “expert” em grego, a tradução correta seria: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para já nos ter perdoado os pecados e já nos ter purificado de toda injustiça”, redação que fica coerente com o fato de que, na cruz, Jesus já levou sobre Si os nossos pecados passados, presente e futuros.
A oração de confissão é, portanto, o ato de nos apropriarmos do perdão que Ele já antecipou [na cruz].
É assim na dispensação da Graça [da Igreja], e foi assim antes, na dispensação mosaica [dispensação da lei], ou qualquer outra dispensação precedente à da Graça, conforme Deus deixou claro, através de Salomão:
 "O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia" (Provérbios 28. 13).
 Estejamos, pois, em paz com Deus e com o nosso próximo, não só para não sermos pegos de surpresa, quando do nosso encontro com Jesus (arrebatamento ou falecimento), mas, também, para não termos óbices quando do exercício, quando da prática de nossa fé.


Edmar Torres Alves é editor do Blog Sê Fiel e colaborador do JCG.



COL. PENSATA: Reforma Política

A nova panaceia brasileira para resolver os males que afligem o país é a reforma política, que consiste em alterar a legislação para modificar a maneira como estamos conduzindo a política nacional. A proposta parte do deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), relator da comissão especial criada pela Câmara para discutir o tema. Em sua formulação, estão inclusas a eleição em lista e o financiamento público das campanhas eleitorais.
Atualmente, cada cidadão vota diretamente no candidato que escolhe. Com o voto em lista, o eleitor passaria a votar no partido e este definiria a lista de candidatos a assumirem os mandatos. De acordo com a proposta de Fontana, os eleitores brasileiros continuariam a votar individualmente nos candidatos, mas passariam a votar também em um partido. Além da confusão que o sistema causaria na cabeça do eleitor, a medida aumentaria o poder das lideranças partidárias, reduzindo o poder de escolha do eleitor – afinal, as listas seriam estipuladas pelo partido.
Fontana também sugere o financiamento público das campanhas eleitorais. Seria criado um Fundo de Financiamento de Campanhas que distribuiria recursos para os partidos, de acordo com a quantidade de votos e candidatos eleitos no pleito anterior – favorecendo partidos grandes. Enquanto o discurso governamental sustenta a falta de recursos para investimento em saúde pública, a reforma política sugere destinar dinheiro da União para o patrocínio das campanhas eleitorais. O que dá a entender é que os deputados se mostram interessados em gerir os recursos públicos em benefício próprio, visando à manutenção de seus cargos e financiamento de seus interesses.
A verdadeira reforma política de que precisamos não está no aumento do poder dos partidos, mas no fim do foro privilegiado para julgamento de parlamentares, no incentivo e disponibilização de meios para consultas públicas para tomada de decisão política, fim do voto secreto na Câmara e Senado, acato imediato à Ficha Limpa, fim dos cartões corporativos, teto salarial para os parlamentares condizente com a realidade do país e atrelado ao reajuste do salário mínimo. Enfim, a verdadeira reforma política consiste em aumentar o poder do cidadão – e não diminuí-lo.  Infelizmente, de acordo com a atual legislação, a escolha não está em nossas mãos – e se vingar a reforma política, estaríamos ainda mais longe de palpitar na tomada de decisão.