ARTIGO: OREMOS PELO JAPÃO

O Japão é um arquipélago formado de 6.852 ilhas, cujas quatro maiores são Honshu, Hokkaido, Kyushu e Shikoku, representando em conjunto 97% da área terrestre nacional. A maior parte das ilhas é montanhosa, com muitos vulcões como, por exemplo, o pico mais alto japonês, o Monte Fuji. O Japão possui a décima maior população do mundo, com cerca de 128 milhões de habitantes. A Região Metropolitana de Tóquio, que inclui a capital de facto de Tóquio e várias prefeituras adjacentes, é a maior área metropolitana do mundo, com mais de 30 milhões de habitantes.
Esse povo tem o xintoísmo e religiões derivadas a sua maior expressão religiosa (51,3%). Os budistas vêm em segundo lugar com 38,3%, o cristianismo tem 1,2% e outras religiões formam 9,2%. Esses números nos mostram a carência espiritual desse país. O resultado dessa carência é uma busca desenfreada do povo japonês por um sentido para a vida. Muitos japoneses colocam na tecnologia – quase um deus da cultura – uma inspiração e uma fuga. No meio disso reside uma cultura marcada pela dureza e rigidez de sua educação, um povo acostumado a sofrer de modo estóico, ligado a uma forte tradição que, não raras vezes, incentiva um sentimento de morte.
Em 2004 sete jovens combinaram pela internet um suicídio coletivo. Em 2003, 34.000 pessoas se mataram no Japão. É o maior índice em relação à população (25 em cada 100.000 habitantes) entre os países desenvolvidos, mais que o dobro daquele verificado nos Estados Unidos e seis vezes o brasileiro. Entre japoneses na faixa de 20 a 30 anos, o suicídio já é a principal causa de mortalidade. Na origem dessa corrida para a morte combinam-se fatores culturais e reflexos de treze anos consecutivos de estagnação econômica enfrentada pelo Japão. Em 2008, o número pessoas com menos de 30 anos que se suicidaram no Japão chegou a 4.850, 1,7% a mais que no ano anterior. Dados afirmam que 45% dos suicídios ocorrem por motivos de saúde e 25% por questões financeiras.
Tudo isso deve nos levar a orar pelo povo japonês. Se a situação antes dos terremotos e do Tsunami estava muito ruim, imagine agora diante do caos, da destruição e da morte que paira sobre aquele país. Devemos nos lembrar que Deus é soberano e que nada acontece sem que Ele não esteja no controle de tudo. Será que Deus não deseja quebrar o coração do Japão e mostrar que não há deus como o Senhor?
Mas como podemos imaginar um Deus que permitiu tanta destruição? Somente incrédulos pensariam que Deus age por capricho ou movido por pensamentos torpes como nós. Jamais devemos nos esquecer que somente Deus é a causa última de todas as coisas. Lembremo-nos de Jó. Ele era um homem piedoso e suas misérias não eram punição de Deus (Jó 1:1,8). Seus desígnios eram purificadores e não de punição (Jó 42:6). Mas nós não sabemos a condição espiritual dos filhos de Jó. Ele certamente se preocupava com eles (Jó 1:15). Deus talvez tenha tomados suas vidas em julgamento. Se isso é verdade, então a mesma calamidade provou no final ser misericórdia para Jó e julgamento para seus filhos. Isto é verdade em todas as calamidades. Elas misturam julgamento e misericórdia. Elas são ambas punição e purificação. Sofrimento, e mesmo a morte, podem ser ambas julgamento e misericórdia ao mesmo tempo.
Davi disse certa vez: “As ondas da morte me cercaram; as torrentes da destruição me aterrorizaram” (2Samuel 22:5). Certamente ele descreve uma grande aflição que o atormentava. Mas o salmista não pára por aí como se pudesse manter uma postura de autocomiseração. Ele vai dizer mais a frente: “Este é o Deus cujo caminho é perfeito; a palavra do Senhor é comprovadamente genuína. Ele é escudo para todos os que nele se refugiam” (2Samuel 22:31). É essa confiança que o povo japonês precisa conhecer e desfrutar, pois Deus jamais erra e seu caminho sempre é perfeito, mesmo que as ondas da morte possam deixar seu rastro.
Você já orou pelo Japão hoje? Orou para que Deus envie Sua misericórdia sobre eles e traga salvação? Já orou pelos missionários que moram lá e pregam a mensagem da graça? Comece agora, pois Deus nos chama para orar por eles, pois os japoneses também precisam da graça do Pai.

Gilson Souto Maior Junior
É Conselheiro editorial do JCG, Pastor sênior da Igreja Batista do Estoril. Professor de Antigo Testamento, Hebraico e Teologia do Antigo Testamento da FATEO