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20 março, 2010

JCG/MARÇO: Fertilização Artificial


A reprodução humana tem o seu processo natural estabelecido por Deus, desde a criação do mundo para garantir a continuidade da raça humana. Entretanto, os casais se veem frustrados em razão óbvia do quadro de infertilidade. A ciência, de cerca de quarenta anos para cá, conseguiu criar a possibilidade de um casal, nessas condições, poder ter filhos graças ao progresso tecnocientífico. Os cientistas pretendiam com isso dominar o conhecimento sobre área da fecundação humana e, também, com ele, favorecer outros tantos afetados pela infertilidade. Neste artigo tentaremos demonstrar as distorções éticas encontradas no método de fertilização artificial como, também, algumas das suas implicações espirituais, que podem gerar pecados contra Deus. É tão importante preservar a dignidade dos embriões, como pessoas humanas que são, mesmo nessa fase inicial, como manter nossa comunhão com o Senhor.
Quem não tomou conhecimento do primeiro caso bem sucedido de fecundação artificial acontecido na Inglaterra? Aquele que ficou popularmente conhecido como "bebê de proveta". Louise Brown nasceu através dessa técnica, tendo essa criança se desenvolvido de forma normal e, atualmente, Louise está com 32 anos. O fato que impactou o mundo hoje não mais surpreende, pois novos casos tornaram comum esse procedimento, não apenas na Inglaterra, mas no mundo civilizado em países onde não haja restrições de ordem ética ou religiosa.
Nos dias modernos, muitas conquistas da biomedicina vêm proporcionando informações mais precisas ao profissional médico e às pacientes nas fases gestacionais destas. Uma das experiências mais emocionantes proporcionada pela tecnologia é aquela que, decorrido o período de três semanas, após a fecundação, o médico, através do aparelho de ultra-sonografia, pode mostrar aos pais os primeiros sinais visíveis que confirmam a gravidez. Na tela aparece algo piscando do tamanho de um feijão (grande); reproduzindo os sinais dos batimentos cardíacos do embrião.
Vivemos a era da "Reprodução Humana Assistida" (RHA), assim denominada por que, há necessidade de um profissional médico no comando do processo de obtenção dos gametas, ou seja, do óvulo da mulher e do espermatozóide do homem. Ele vai facilitar a fecundação e acompanhar o desenvolvimento do embrião. Há dois tipos distintos de reprodução assistida: o primeiro é aquele em que ambos, óvulos e espermatozóides, são colocados na Placa de Petri (ou numa proveta) onde acontecerá a fecundação, surgindo o embrião – um ser humano. Posteriormente, esse óvulo fecundado será implantado no útero da mulher e dali, se der certo, esse embrião seguirá o caminho como na forma natural até o nascimento da criança. Esta técnica denomina-se "Fecundação in vitro".
O outro tipo é utilizado quando a infertilidade não é da mulher e, sim, do homem (30% a 40% dos casos). Obtém-se o óvulo e introduz-se, diretamente, nele o esperma. Esse é o método ICSI de inseminação artificial que é feito por meio de injeção intracitoplasmática. Ambas as técnicas, entretanto, além de não estarem ao alcance de todos os casais necessitados, devido ao seu alto custo, não há, também, garantia de que os procedimentos obtenham sucesso.
Não se deve confundir infertilidade com esterilidade: a primeira é uma doença e, assim, deve ser tratada; enquanto que a esterilidade é definitiva devido a acidentes ou processo cirúrgicos ou químicos como nos casos de vasectomia no homem e na ligação das trompas de Falópio na mulher (laqueadura). Porém, isso deixará de ser impedimento à reprodução se houver sucesso nas tentativas de reversão desses procedimentos.
Nos tempos atuais em que há chance de uma mulher infértil (e, também, seu marido) ser ajudada para procriação com técnicas de fertilização tão convidativas, que resposta ela daria? Algumas implicações éticas e espirituais, quanto a submeter-se a essas técnicas, devem ser levadas em conta. Embora seja inegável o sucesso das técnicas de fertilização, devemos considerar aqui, pelo menos, as seguintes perguntas: devem a mulher (e o marido) cristãos buscarem a tão desejada gravidez pelos citados meios? E o pastor deve aconselhar ao jovem casal de sua igreja, que busca orientação nesse sentido, que tente a gravidez pelas mencionadas técnicas? A prudência nas respostas é recomendável neste questionamento. Especialmente, se as pessoas que estiverem envolvidas com o problema (pacientes e médicos) pertencerem ao povo de Deus. Nem tudo o que é legal é moral ou é agradável a Deus. Na dúvida, elas devem orar e consultar a Bíblia, pois Jesus disse que o Espírito Santo "vos guiará em toda a verdade" (Jo 16.13). Deus pode usar um servo seu ou um médico cristão, para ajudar o casal, se eles forem consultados.
Diante dos valores como a dignidade do embrião humano, apresentarei apenas três aspectos de agressão à ética e, também, alertar quanto ao pecado contra Deus, o Criador:
1) O médico manipula os gametas masculino e feminino (espermatozóides e óvulos). Faz uma seleção e a aproximação deles para a fecundação. É um procedimento extracorpóreo, pois não acontece o relacionamento sexual natural entre marido e mulher – o ato unitivo. Curioso é que, a procriação in vitro prevê uma terceira pessoa - participando da reprodução – no caso o médico – já que o marido é substituído por um técnico.
2) Terminada a fase de fecundação apenas um embrião (uma vida humana), dentre os vários que surgem durante a manipulação, será aproveitado e finalmente transferido para o útero da mulher. Os demais, chamados excedentes, serão congelado a 196º, para serem aproveitados "em outra ocasião". Do total congelado, 31% não sobreviverão ao congelamento ou serão descartados.
3) Essas técnicas podem proporcionar o risco de gestação múltiplas. Quando casais buscam o tratamento, mas não reduzem o número de embriões, por questão de assegurar o sucesso da gravidez, eles podem sair da clínica com três ou quatro bebês e isso, para a maioria deles será pior do que a infertilidade.
Há outras formas graves e imorais que são verificadas decorrentes da possibilidade da fecundação in vitro, tais como útero de aluguel (barriga de aluguel), doação, venda de gametas, leilão de óvulos e banco de sêmen. Elas geram problemas muitas vezes insolúveis, provocam traumas psicológicos, desentendimentos na família, etc.
O lado espiritual é também afetado. Textos da Bíblia não abrem oportunidade para qualquer artifício que venha interferir na reprodução humana, portanto, nada de artificialismo, fecundação extracorpórea nem sexagem, para determinar o sexo da criança nem quaisquer outras alterações genéticas no feto. Não se deve mexer com os gametas que vão compor o ser humano no ventre materno. Os mistérios da concepção tem tudo a ver com a soberania de Cristo no mundo e nas vidas das pessoas mesmo não crentes. Um exemplo disso encontramos em Paulo, que escreveu ter sido ele separado para o ministério "desde o ventre de minha mãe" (Gl 1:15). Deus disse ao profeta Jeremias: "Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi e antes de você nascer eu te separei e o designei profeta entre as nações" (Jr1. 5). Da mesma forma se expressou Isaías (Is 49.1) e o salmista (Sl 22.9 e 10).
Ninguém tem o direito de tentar atrapalhar os desígnios de Deus. A fertilização in vitro caracteriza essa interferência e, por isso, deve ser evitada. Para amenizar o problema dos casais inférteis, eles podem se beneficiar do instituto de adoção de criança. Muitos não aceitarão essa idéia. Mas, passado o período de adaptação, o casal amará a criança adotada e esta, também, corresponderá a esse sentimento, também, com amor. Haverá vantagem nessa opção, pois será rejeitado o espírito egoísta e surgirá o espírito altruísta, que fará com que uma criança seja abençoada com a sua acolhida no aconchego de um lar.


Jamil Nassar
Pastor da Igreja Batista Central, Bauru/SP
Pós-graduação em Bioética pela UFLA, Lavras. MG. Bacharel em Teologia e Filosofia pela Fac. de Teologia do Brasil. Mestre em Teologia pela Cohen University & Theological Seminary (EUA). Doutorado em Teologia pela Cohen University & Theological Seminary (EUA)



• APARTES:



"O conflito da igreja, é que ela necessita
de uma cosmovisão cristã coerente..."


O tema ciência versus religião chegou ao ápice quando na Idade Média a igreja (Católica), fechou a questão contra Galileu, Copérnico e outros cientistas, sobre a tese de que a Terra seria o centro do universo, a despeito das recentes descobertas científicas que atestavam a legitimidade do heliocentrismo. O grande conflito da igreja, é que ela necessita de uma cosmovisão cristã coerente que seja alicerçada na palavra de Deus. É nosso entendimento que a religião não deve se contrapor a ciência, desde que não fira os princípios fundamentais da palavra e da ética moral e cristã. Resumindo, se esta tese da fertilização artificial fosse algo que se devesse levar a sério como uma afronta aos desígnios de Deus, alguns cristãos, por exemplo, ao tomarem uma postura mais fundamentalista poderiam justificar o impedimento de se utilizar transfusões de sangue, implante de marca-passos, próteses e outros avanços científicos, que poderiam em tese melhorar a qualidade e a expectativa de vida das pessoas, e isto a maioria esmagadora dos cristãos entende como uma grande tolice.
Penso que se Deus deu ao homem o conhecimento e a capacidade de governo sobre todas as coisas, tudo aquilo que o homem fizer, que seja ético cristão e não afronte estes princípios seja válido. Neste aspecto não concordo com a manipulação genética de embriões, operações de mutilações (que alguns insistem em dizer que se trata de mudança de sexo) e entendo que isto é pecado, porque fere a natureza e a ordem que Deus estabeleceu e criou. Por outro lado, não posso concordar como pecaminoso a fertilização In Vitro, que simplesmente manipula um óvulo de uma mulher que é fecundado por um espermatozóide de um homem, desde que seja uma decisão de marido e esposa, casados, debaixo de aliança e da bênção do Criador!

Luiz Carlos Valle - Ap. Igreja do avivamento pleno/bauru


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"Adoção ou Fertilização Artificial:
O que revela mais amor!?"


Antes de definirmos os princípios, coloco algumas questões para reflexão... Quem é a fonte, a origem da vida? Pode alguma vida vir à existência sem que isso tenha a participação de Deus? Se Deus participa do processo, ele dá a última palavra se a vida deve existir? Se Deus não participa, então o homem pode ser soberano e originar a vida sem que Deus se envolva? Uma criança que já não possui os pais ou alguém que cuide dela, foi gerada por Deus? O que Deus espera que aconteça na vida de crianças como essa?
A fertilização artificial, embora um avanço da ciência, deve ser encarada por três prismas diferentes: Primeiro, há o aspecto soberania de Deus. Se Deus é o Senhor da vida, nEle há poder suficiente para gerar a vida, mesmo se um dos cônjuges for estéril. Conheço pelo menos meia dúzia de casos (Bereana), inclusive um em que a mulher tinha feito laqueadura e hoje é mãe de mais um lindo menino. Leia O Salmo 113: 9. Em Segundo lugar, em muitos dos casos, a fertilização é fruto de um sentimento egoísta e possessivo, em que o casal sente que precisa TER aquele que poderá chamar de SEU filho. E em terceiro lugar, é um processo que, se adotado, passará de qualquer forma por exercício de fé (com o crivo de Deus). Ou será que esperar no sucesso do procedimento não é um passo de fé NA CIÊNCIA? Embora eu nunca diga que um casal não deva usar a fertilização artificial, desaconselho também pelos dois motivos abaixo. Primeiro: se é para exercer fé, porque não confiar naquele que será, de fato, o responsável pela vinda do filho desejado (Deus)? Se tenho que exercitar minha fé, então a colocarei no que realmente vale à pena. No entanto, vivemos uma sociedade profundamente contaminada pela cultura grega (não a atual, mas do império que já se foi, mas deixou sua cultura como legado). E no contexto dessa cultura, está Hipócrates, considerado o pai da medicina – ele que é considerado o divisor de águas – antes, se alguém precisava de cura, apelava ao sobrenatural. Hoje depende da medicina. Segundo motivo: O que demonstra mais o amor – o gasto de vários milhares de reais para uma única fertilização, ou o investimento numa criança que veio à luz com participação da vontade soberana de Deus, mas carece de pais que a amem? Tenho um casal de missionários amigo que hoje estão cadastrados para adoção de uma criança. Acho fantástico! Investirão suas vidas numa criança que não geraram. Mas aí é que está. Muitos pais reclamam dos filhos que geraram, mas não puderam escolher quem seriam. Esse casal terá a oportunidade de investir na vida de um filho que eles poderão escolher, e amar, e produzir nele um caráter forte gerado em Deus, sob seu cuidado e influência. Deixo estas considerações para que, refletindo diante de Deus, você possa receber o discernimento necessário para se posicionar.

Edson Valentim - pastor Presidente do compev/bauru


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"Quando a medicina colabora com
a cura, está sendo usada por Deus!"

A infertilidade sempre foi vista na antiguidade como motivo de vergonha, especialmente para mulheres discriminadas pela sociedade como amaldiçoadas por Deus. Sara foi estéril, bem como Rebeca e ainda Raquel. Foram três gerações seguidas de infertilidade, justamente na família de Abrão que foi chamado para se tornar uma grande nação e com a sua família abençoar todas as famílias da terra (Gênesis 12.3). O propósito de Deus não era a infertilidade, pois Ele as curou para que gerassem filhos. Deus tem como propósito sempre abençoar e que os casais possam ter filhos como parte de sua herança (Salmo 127.3). O fato de terem sido gerados filhos de mulheres antes inférteis em três gerações consecutivas significa que Deus quer exaltar o Seu poder e mostrar a Sua glória com a cura e, por outro lado, mostra que o inimigo Satanás tem também determinação de impedir que as famílias da Terra sejam abençoadas, atacando espiritualmente as famílias com a infertilidade. Desde que os avanços científicos na medicina colaborem com a cura e a geração de vidas, eles estão sendo usados por Deus. A fecundação artificial não é pecado, pois gera uma vida e cura um casal estéril, cumprindo o propósito de Deus de abençoar pessoas que necessitam de cura física e emocional. Não promover a cura da infertilidade, bem como de outras doenças, seria consentir com as trevas em roubar, matar e destruir, enquanto pela fé ou pela ciência, as pessoas devem ser curadas, como vontade de Deus estabelecida em Jesus para dar vida em abundância (João 10.10). Assim, os casais inférteis que desejarem fazer fertilização artificial, o façam crendo que é bênção! Por outro lado, se puderem fazer adoção de crianças abandonadas igualmente serão abençoados, contribuindo para o resgate dessas vidas para a sociedade. Na fertilização artificial, no entanto, podem ser gerados vários embriões que são congelados, mas não devem ser descartados, porque isso sim é pecado, já que Deus escolheu as pessoas para a vida antes da fundação do mundo (Efésios 1.3). Significa que antes de serem fecundadas elas já existiam para Deus, antes de serem formadas no ventre, como descrito em Jeremias 1.5, mesmo embriões, elas têm propósitos estabelecidos por Deus. A ciência médica pode e deve ser uma bênção, desde que permaneça focada em colaborar com a vontade de Deus.

Haroldo torres alves - Pastor da Igreja cristã reviver/ curitiba/pr


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"Creio que a fertilização artificial não
se caracteriza como uma interferência"

A centelha que dá início à vida procede de Deus, que é a "fonte da vida" (Sl 36,10).
A vida de todo o indivíduo começa efetivamente na união de duas células – um processo que avança por etapas sucessivas. Desde o primeiro instante da fecundação do óvulo, é a vida humana que está em processo de desenvolvimento. Cada criatura é única e não pode ser reproduzida, uma obra extraordinária que só podem realizar-se graças "à sabedoria e à ciência de Deus" (Rm 11,33)."Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi e antes de você nascer eu te separei e o designei profeta entre as nações" (Jr1:5). Assim como conhecia Jeremias e sabia qual era o propósito para vinda e vida dele, ele cria o ser humano no tempo e o coloca num dado lugar. Se um ser tem propósito em determinado seio familiar a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Rm. 12:2).
Creio que a fertilização artificial não se caracteriza como uma interferência aos desígnios de Deus, pois Ele age como quer e quando quer. Particularmente, já perdi as contas das crianças que vi nascer artificialmente para o mundo, mas milagrosamente para honra e glória do Senhor. Adoção ou Fertilização Artificial? Não importa! Somos de Deus e Ele nunca deixou de orientar sua criação quando clamamos e o buscamos de todo o coração, afinal Ele é (Ef 3-20): "....Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais que tudo quanto pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera". O poder que em nós opera são de Deus. Esse poder fez Ana chorar e prometer seu filho ao Senhor quando nascesse ou Raquel chorando por filhos. Ou mesmo o poder da pressa humana mesmo sabendo da promessa por milagre de fecundação, aluga uma barriga como fez Sara. Mas que pela palavra empenhada engravidou aos 90 anos. Sabemos que "as coisas que são impossíveis aos homens, são possíveis a Deus". (Lucas 18,27). Acaso pode haver alguma coisa demasiado difícil para Ele? (Jeremias 32.27) "... pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas (Atos 17.25). Aquele que fez a promessa é capaz de cumprir afinal agindo Deus, quem impedirá? (Is 43-13).

Pastora Regina Cardoso - Comunidade vencedores em Cristo/Bauru
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