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27 janeiro, 2010

JCG/JANEIRO: O ADORACIONISMO DE NOSSAS IGREJAS

Numa igreja em que pastoreei, um rapaz de bom nível acadêmico, comentou que "o pastor não gosta de louvor". Surpreendeu-me que o não tão rapaz, quase quarentão dissesse isso. Segundo o Instituto Paulo Montenegro, apenas 26% dos brasileiros conseguem ler e interpretar um texto. Então, 74% são como o eunuco: não entendem o que leem. Mas a pessoa tinha até pós-graduação. Mas este rapaz-senhor é crente e os crentes têm muita facilidade de colocar na boca alheia palavras que não foram ditas. Principalmente quando sem argumentos. Mas não escrevo para criticar os 74%, nem a desonestidade de muitos crentes em sua argumentação. Lembro Baudolino, de Umberto Eco: "(...) em minha viagem percebi quanto os cristãos podem se esfolar uns aos outros por uma simples palavra". Então, leiam o que estou dizendo, sem torcer e sem colocar palavras em minha boca. Nem me esfolem. Já o fui bastante e ainda não me recuperei de algumas esfoladas.
Eis o que digo: penso que o "adoracionismo" ou o "louvorismo" que grassa em nossas igrejas é uma arma diabólica para deixar os crentes enfurnados, fazendo o que gostam, cantando ingenuidades que não definem biblicamente quem é Deus, o que é igreja, qual a missão dos crentes, ao invés de levá-los ao testemunho. Entendeu? Se não, por favor, releia. Nem sempre sou muito claro, mas estou tentando.
A igreja é a única instituição do mundo que não existe para beneficiar seus membros, e sim beneficiar os não membros. Mas a igreja evangélica brasileira vive mais "ensimesmada", olhando para si, fazendo o que lhe agrada, do que testemunhando. O adoracionismo ou o louvorismo tem desviado a igreja de sua missão e levado-a a exibir (por causa dos cânticos banais, sem conteúdo sério) a essência de sua mensagem de maneira aguada. Muito do que cantamos é genérico, não tem a ver com a mensagem cristã, não mostra a necessidade de arrependimento do não crente e de santificação do crente. Arrependimento e santificação são pouco mencionados, e a ênfase é sempre adorar, mostrado como cantar no culto, sob o comando de algumas pessoas. Aquele é o momento do louvor. O resto do culto não importa.
A coisa está tão feia, que o jornal inglês The Guardian falou de um novo tipo de traficantes, no Brasil: traficantes evangélicos. Isso mesmo. Se você faz parte dos 24% que entendem um texto, entendeu este, mas ficou chocado, releia; é isso mesmo. Como isto aconteceu? Como pode haver traficantes evangélicos? Porque não se caracterizou em nossos cânticos e pregações o que é ser um evangélico. Não é cantar na igreja, mas assumir o caráter de Cristo.
Então, entenda bem o que vou dizer: louvor ou adoração não é a razão da nossa conversão. Em Efésios 1.12 ("Com o fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo"), "para o louvor da sua glória" não significa cantar corinho no culto. No contexto da carta, é mais amplo e muito maior que isso.
A ideia deste artigo me veio quando, me debrucei em Amós. Vi semelhanças incríveis entre o Israel do tempo do profeta e a igreja do meu tempo. Havia grande ênfase no culto, mas não havia ênfase alguma em caráter. O povo dissociou a adoração a Deus do caráter do adorador. É a partir daqui que sigo. Transformou adoração em festa, e não em contrição.
Transcrevo Amós 5.18-24: "Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Ele é trevas e não luz. E como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se, entrando em casa, encostasse a mão à parede, e o mordesse uma cobra. Não será, pois, o dia do Senhor trevas e não luz? não será completa escuridade, sem nenhum resplendor? Aborreço, desprezo as vossas festas, e não me deleito nas vossas assembleias solenes. Ainda que me ofereçais holocaustos, juntamente com as vossas ofertas de cereais, não me agradarei deles; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras. Corra, porém, a justiça como as águas, e a retidão como o ribeiro perene".
A situação social e espiritual do tempo de Amós era trágica. A leitura do seu livro mostra dominação econômica, empresários exploradores, religião de fachada conluiada com o poder dominante, líderes religiosos mais preocupados com sua situação financeira que com a situação espiritual do povo, e uma exaltação do status quo político e religioso, tudo regado com muito louvor.
A religião acobertava tudo, sacralizando o poder político, como fazem os pastores líderes de denominações que apoiam candidatos de acordo com suas conveniências, e não de acordo com princípios. Quando vejo os motivos que levam certos grupos a apoiarem Dilma ou Serra (como apoiaram outros, no passado), penso em Amós. Parece que o pano de fundo da opção política é o mesmo: "Quem me oferece melhores condições?".
Uma religião corrompida, que sacraliza o pecado, que abençoa o corrupto, que fecha os olhos à injustiça e à roubalheira é a desgraça de um povo. Amós viu isso. Muito inferior a ele, eu também vejo.
Havia um anseio por triunfo. Queriam o dia do Senhor, que, presumiam, seria o domínio de Israel sobre as demais nações. Como o triunfalismo da igreja atual, que pensa em ganho, em ser triunfante, e não em ser militante. Em busca de triunfo (não escatológico, mas terreno), vale tudo. Até apoiar a corrupção, a mentira, fechar os olhos a posições de políticos anticristãos, mas que oferecem possibilidades de ganho. Continua a atitude de trocar votos por tijolos. Agora trocam-se votos por espaço e poder.
Amós disse que o dia do Senhor não seria o triunfo de Israel sobre o mundo, mas o juízo de Deus sobre o povo. Uma igreja que perde sua característica espiritual e se torna apêndice político de pessoas está sob o juízo de Deus, porque perdeu sua razão de ser. Eu era um pastor ainda garoto, de 23 anos, em 1972, quando num retiro de pastores (o primeiro de que participei), um prefeito foi apresentado como "servo de Deus a quem devíamos honra". No bolso da camisa do "servo de Deus" que foi a um retiro de pastores, destacava-se um maço de cigarros. Mais tarde (naquele tempo corruptos não tinham a cabeça afagada) ele foi cassado por corrupção.
Cantamos vitória, mas não cantamos integridade. Omitimos santidade. Falamos do triunfo sobre os ímpios, mas nos esquecemos que seremos julgados: "Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal" (2Co 5.10). Tenho dificuldades com o louvor que não recorda que somos pecadores, que precisamos nos santificar, que seremos julgados. Tenho dificuldades com o louvor triunfalista que fala de vitória constante, e não enfatiza a necessidade de vitória sobre a carne, sobre si mesmo. Pensamos como Israel: adoramos a Deus que, subornado com cânticos, nos dá vitória. Deus quer santidade e não cânticos. Nosso louvor não o muda, mas nossos pecados o levam a indignar-se conosco.
O estado espiritual da igreja (sou igreja desde os 15 anos, e a amo e sirvo) é deplorável. Mentira, calúnia, falcatruas, desonestidades, ódio, fofoca, desestabilização de líderes, grupos dominadores, tudo isso se alastrou. Em quatro décadas como membro de igreja, nunca vi um estado espiritual como o de hoje. A ponto de haver traficantes evangélicos.
A salvação não é pretexto para pecado. Graça não é cartão de crédito para despesas no mercado do mundo. E santidade não é opção, mas um padrão normal para todos os crentes. Não consigo entender adoração que não produza santidade, impacto na vida e desejo de servir. Havia muito louvor no tempo de Amós, mas não havia integridade. Festa, mas não santidade. Quer descrição melhor de nossas igrejas? Temos artistas, mas faltam-nos santos. Saímos da igreja com uma emoção provocada não pelo Espírito, mas pelo dirigente de louvor, com seus gritos e os sermõezinhos chamados de "ministração" (honestamente, nenhum pensante merece isto). Não saímos batendo no peito, dizendo "Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!", porque não nos descortinam todo o drama da cruz, e apenas nos apresentam momentos de entretenimento. Era assim com Amós. O culto era entretenimento. Mas culto produz o grito de Isaías: "Ai de mim!". Adoração que mostra o "Deus fada madrinha", mas não mostra a santidade de Deus como aterradora, deve ser repensada. Nosso grande problema não é falta de louvor, mas de caráter santo. Exatamente como no tempo de Amós.
A expressão "Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras" pode ser parafraseada: "Afasta de mim a barulhada dos teus corinhos, porque não ouvirei as melodias da tua bateria e das tuas guitarras". E a seguir vem o que Deus esperava de Israel e espera de nós: "Corra, porém, a justiça como as águas, e a retidão como o ribeiro perene". Deus quer justiça social, honestidade na vida, proteção dos necessitados, relacionamentos decentes. Sem isto, o louvor é apenas barulho.
Repito o trecho de Amós 5.21-24: "Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras. Corra, porém, a justiça como as águas, e a retidão como o ribeiro perene". Deu para entender? Para nós, cantar é o que de mais importante podemos fazer. Para Deus, o maior culto é o existencial, feito com a vida. Sem ele, o culto vocal lhe irrita.
Entendam bem isto, cantores e compositores: não transformem o culto em entretenimento. Deus se indigna com isto. Vocês se colocarão sob juízo por desvirtuarem algo tão sagrado como o culto e por pensarem que Deus é um pascácio (para a moçada de hoje, que Deus é um "mané"). Santifiquem-se, aprumem suas vidas, percam o estrelismo e o artistismo. Antes de serem adoradores (que não é tão relevante assim), sejam servos. Deus se irrita com o barulho do louvor entretenimento, sem santidade. Aliás, muita gente se irrita com o barulho, de qualquer maneira, porque tem ouvidos sadios. Lembrem-se que é falsa a afirmação "Eu canto pra Deus, e não para os homens". Então vá cantar no banheiro. Mas se você serve (deixemos o neopentecostalês de "ministra") é servo da igreja, não deve se impor a ela, mas realmente ser servo dela. Você não quer a ditadura da naftalina, amém? (Pronto, usei um neopentecostês, no hábito de terminar toda pergunta com "amém"). Então, permita-me usar a minha: "Não quero a ditadura do cueiro, amém?". Ah, sim, "cueiro" não é palavrão. Sua mãe e sua avó sabem do que falo.
Mudemos o foco atual de nossos cultos, tirando-o do entretenimento, do que faz bem a uma faixa etária, e vejamos o culto como um pecúlio de toda a igreja e como algo que deve produzir em nós um impacto espiritual que nos leve a clamar por pureza de vida. Era isso que Deus queria: que o culto fosse transformador da vida, e não ato de exibicionismo manipulador e gratificador de emoções. Não quero ser manipulado nem vou à igreja para ver estrelas ou receber entretenimento. E prezo retidão. Quero ser edificado, e muitas vezes saio frustrado. A artificialidade me deprime.
Eis minha ponderação.



Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastor da Igreja Batista do Cambuí em Campinas/SP. É autor de vários livros, Bacharel em Teologia, Filosofia e Psicologia e mestre em Educação e Teologia. No período de 1973 a 77 pastoreou a primeira igreja Batista de Bauru. http://www.isaltinogomes.com.br/



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"Temos que ser evangélicos de verdade"

"Temos vivido a época mais maravilhosa do evangelho, onde milhões de pessoas estão se convertendo e muitos milagres acontecem, cumprindo-se assim a profecia de Joel 2:28-30, onde a palavra afirma que nos últimos dias o Espírito Santo seria derramado sobre toda a carne"!
"Temos vivido tempos difíceis, onde se cumpre a palavra profética do Apóstolo Paulo que afirma que nos últimos dias sobreviriam tempos difíceis e o amor se esfriaria, e alguns inclusive apostatariam da fé"!
São duas verdades incontestáveis, simultâneas e quase paradoxais, porém não posso perder a esperança porque alguns são superficiais, ou quem sabe até mercenários e carnais!
No livro de apocalipse no capítulo 3 a bíblia fala de 2 igrejas que ao que tudo indica coexistem num determinado instante. A primeira chamada Laodicéia, arrogante, prepotente, rica, e acima de tudo soberba, e a palavra do Senhor pra ela é: você precisa se arrepender, você precisa de colírio, você não enxerga direito, és pobre cega e nua! Já a outra citada neste capítulo, é Filadélfia, limitada, mais humilde, e que não suporta a injustiça e o pecado, e o Senhor diz a ela que uma virtude que ela possuía chamada Perseverança, haveria de livrá-la de problemas vindouros!
Porque guardaste a palavra da minha perseverança!
Aquele pois que perseverar até o fim será salvo!
Não existe esperança para aquele que não perseverar!
Venho sem demora, guarda o que tens para que ninguém tome a tua coroa!
Temos que olhar para Jesus, temos que viver o evangelho, aliás, temos que ser evangélicos de verdade, porque evangelho significa boas novas! Fomos chamados para ser porta voz destas boas novas como a pastora Flordeliz, carioca, que tem 46 filhos adotivos ex-menores abandonados de rua, e mais 4 filhos naturais que deu uma entrevista comovente e autentica na GNT no programa da Marília Gabriela!
Ah, claro, não podemos nos esquecer:- A Fé sem obras é morta!!!!
Recuperar drogados, perdidos, curar os enfermos é pra isto que fomos chamados, e como o evangelho não mudou, a esperança sempre vai existir!

Pr. LUIZ CARLOS VALLE - IGREJA DO AVIVAMENTO PLENO/BAURU


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"Hoje, há uma exagerada preocupação com assuntos alienantes e secundários"


Há quase três décadas o Brasil tinha menos de 10 milhões de evangélicos, e muitos líderes faziam a seguinte previsão: quando atingirmos o número de 20 milhões de evangélicos, o Brasil será um país diferente, melhor, mais justo. Pois bem! Através dos institutos de pesquisa temos a notícia de que os evangélicos já ultrapassaram os 30 milhões. Porém, o que mudou? A justiça prevaleceu? Somos melhores em que sentido? O Brasil melhorou em quê? O que temos visto hoje é uma preocupação exacerbada das comunidades religiosas, em não desgastar-se com tomadas de postura, decisões polêmicas e de reflexo de insatisfação popular. Temas como aborto, drogas, sexualidade, política, religiosidade, economia, meio-ambiente, e outros são literalmente desprezados. Há uma exagerada preocupação com assuntos alienantes e de importância secundária, principalmente no tocante à adoração nas comunidades evangélicas. Alguém disse uma vez, que quando o crente mais "mente", é quando ele canta. É isso mesmo, tem-se cantado tantas coisas que realmente não fazemos. Parece que Deus tem que estar à nossa disposição 24 horas por dia, para nos atender em nossos desejos corruptos e mundanos, apenas para nos satisfazer, não importando aqueles que estão sem Cristo; passando fome; sem teto; ou mesmo à beira do caminho. Outro dia, nosso Prefeito disse que em Bauru, temos cerca de 60 mil pessoas abaixo da linha da pobreza. O que estamos fazendo sobre este assunto? Aliás, continuamos elegendo pessoas corruptas, sem escrúpulos para nos liderar! A Palavra de Deus diz: " Bem aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor" – Salmos 144:15. Parece que continuamos adorando outros Deuses, a exemplo do povo no velho testamento. Hoje temos várias programações, principalmente no primeiro semestre que fazem com que os evangélicos coloquem o pé em duas canoas. Não são poucos aqueles que depois de saírem das Igrejas e cantarem louvores a Deus com palavras tipo: Tudo eu deixarei por Ti; Não há Deus maior que o Senhor, e outras. E ao chegarem em casa, assistem o Big Brother; a Fazenda, e etc. Até parece que estamos como os crentes da Igreja da Laodicéia, a qual o anjo diz que por ser morno ele está a ponto de vomitar-nos de sua boca. (Apocalipse 3:16). Jesus está voltando, mas que tipo de Igreja Ele irá encontrar? Aliás, será que estamos nos preparando para a vinda do Senhor?

PB. Wladimir Ferreira - Primeira Igreja Presbiteriana independente / Bauru

23 janeiro, 2010

EDITORIAL Janeiro de 2010

Querido leitor, neste ano que se inicia renovamos nossa promessa com Senhor, pois acreditamos que o jornalismo cristão está no compromisso com as verdades do evangelho. Com o propósito de mudar o mundo sob a perspectiva de Deus, aproximando a nossa família na fé, que é um dos elementos indispensáveis para a sobrevivência nos dias atuais.
Nesta edição do JCG, juntamente com o pastor Isaltino Gomes de Campinas, falamos sobre o Adoracionismo e a artificialidade da igreja atual que insiste em testar a nossa força perante as potestades das trevas.
Temos também, uma entrevista com a cantora Mariana Valadão, além da divulgação de um concurso de música gospel que vai premiar o vencedor com a produção de um CD. E muito mais para você, confira!
O apóstolo Paulo apela para o culto racional, organizado e atento ao sofrimento do mundo. Cada coisa no seu lugar, para que assim tenhamos a interação espiritual. O salmista nos instrui, acompanhado de Paulo: “... cantai louvores com inteligência”. Salmos 47:7
Louvor e adoração arrebatam adoradores, mas, sem tomar lugar da Palavra de Deus. Necessitamos de alimento espiritual, que vem através da palavra. Certos que, existem momentos em que o Senhor nos “arrebata” em culto, é quando nosso espírito vai ao encontro do Santo dos Santos em adoração, e nesse momento, quebrantados, não pensamos em mais nada...
Agradecemos aos amigos e irmãos que se manifestaram em razão do luto da família do nosso colaborador Alexandre, que este mês, perdeu um ente muito querido: Alaíde Moresque. Peço em nome de toda família do JCG que formemos uma corrente solidária de oração em acalento ao coração dos que necessitam. "Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas" (Apocalipse 21:4).

Em Cristo,


Liliana Correia - diretora Geral

13 janeiro, 2010

ARTIGO: Comunhão com o Pai

"Orar não se resume a obter do Pai, mas desejar estar com o Pai", foi o que disse Ole Hallesby.Tem ele razão, e a Palavra de Deus, que é a mensagem eterna e verdadeira, nos ensina:"O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo" (I João 1. 3).Comunhão pressupõe "intimidade" para interagir (palavra da “moda”) com a outra parte num diálogo, num bate-pato, numa oração, e, principalmente num agradecimento.Comunhão para interagir, além da intimidade, requer identidade com e nos propósitos dos demais participantes. Se os propósitos não são os mesmos, há dois monólogos, uma fala e o outro fica pensando o que vai dizer a seguir.Ter comunhão com Deus implica a participação, no mínimo, de quatro pessoas: O Pai, o Filho, o Espírito Santo e aquele que ora a Deus, tendo em vista que:- via de regra, oramos ao Pai, como nos ensina a Palavra de Deus [oração dominical, ou oração do Senhor];- biblicamente, essa oração deve ser feita "em nome de Jesus";- a Palavra de Deus nos ensina que "não sabemos orar como convém, mas o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis" (Romanos 8. 26).Está aí uma comunhão perfeita: nós seres humanos; Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito Santo. Oração não é, e não deve ser unilateral, ou seja, apenas o "eu" falando, falando, pedindo, suplicando, murmurando, reclamando, e o que é pior “decretando” (...). O "eu" precisa e deve dar lugar ao silêncio, para poder ouvir a Deus.E a Palavra de Deus nos mostra exemplos de que Ele nos ouve, Ele fala conosco, e a passagem mais marcante da Escritura, sobre isso, é a que diz: "Esperei com paciência no Senhor, e ELE SE INCLINOU PARA MIM, e ouviu o meu clamor, quando gritei por socorro" (Salmo 40. 1).O destaque é nosso, exatamente para deixar claro que Deus inclusive se inclina para nós, para nos ouvir. Então... não precisamos gritar!Ele não está desatento, “lá em cima” [melhor dizendo em nossos corações], com o burburinho de diversas orações a Ele dirigidas ao mesmo tempo, de diversas partes do mundo.Além de podermos orar em qualquer tempo, todo o tempo, em qualquer lugar. a comunhão é mais perfeita, mais íntima, quando oramos no "oculto dos nossos corações", como Jesus ensina sobre o orar no recôndito do nosso quarto, e Deus que vê em secreto, nos recompensará (Mateus 6. 6). Aprecio muito [prefiro] a oração nos termos da Palavra de Deus, a Bíblia, isto é a oração que se exprime pela citação de textos bíblicos que expressam o nosso “pedido” ou “agradecimento”,e, revelam, principalmente, a vontade de Deus.Não é uma estratégia, mas um princípio de orar dentro da vontade de Deus. Assim buscamos a comunhão com Ele, pensando, agindo, orando a todo o tempo, conforme os ensinamentos bíblicos: “Orai sem cessar” (I Tessalonicenses 5. 17).

Edmar Torres Alves – editor do Sê Fiel
www.sefiel.com.br